domingo, 29 de abril de 2012

O amor

O amor é uma doença sem cura...
Não importa o que você faça,
Continuará te matando...
Seja de saudades ou de ódio...
Nunca terá importância saber o motivo.
E o que você tentar fazer para aliviar a dor,
Não fará diferença...
Doerá sempre,
Até não existir mais o que você era
E as lembranças se tornarem
Apenas quem você foi...
Como num filme sem falas...
Sem heróis...
E nem finais felizes...

Ewerton Luiz

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Você não me vê

Me diz pra ficar...
Que essa fase vai passar
Que nós ficaremos bem
Me peça p'ra esperar...
Pra aguentar mais um pouco
Não me deixe sair
Tranque a porta...
Grite comigo!
Me faça ver que eu 'tô errado.
Diga o que está pensando
Me chame de idiota!
Tente me convencer...
Me mostre onde ficar.
Olha nos meus olhos
Eles ainda são os mesmos
Eu nunca mudei
Você não percebe a minha dor?
Você não enxerga o problema?
Eu não quero amizade!
Me ame.
Mas do jeito certo...
Da forma como tem que ser.
E não me deixe ir embora
Por favor, não agora...
Eu sempre te amei
E eu 'tô aqui
Na tua frente
Como estive o tempo todo
Mas você não me vê...
Eu preciso fugir
Não quero me machucar...
E quando finalmente você se der conta
Eu estarei muito longe
E não haverá espaço para desculpas
Não tenho tempo p'ra esperar...
E o tempo é coisa que não volta
E eu talvez nem te perdoe
Mesmo sabendo que a culpa é minha
Posso até já ter outro alguém
E quando eu olhar para trás
Você já não será a mesma pessoa
Que um dia eu amei...

Ewerton Luiz

sábado, 7 de abril de 2012

Incógnita

Eu sou o termo independente da sua equação...
A base do meu cálculo é minha fé
Minha vida não precisa de uma razão geométrica
Mas tento fazer dela uma progressão...

Meu resultado faz parte do conjunto dos números imaginários
Sou complexo demais para você entender...
Sou humano e não uma equação matemática
Em que você insiste em tentar resolver...

Todas as suas respostas sobre mim estarão erradas
E você nunca conseguirá chegar a um resultado aproximado
Não sou algo que possa ser arredondado
Minha condição de existência não pode ser fracionada...

Minha matriz é minha casa, onde sou bem-vindo
Não há fórmulas para calcular meus pensamentos...
Todas as formas geométricas não molduram meu instinto
Não há divisão exata para o que eu faço com o meu tempo...

Me multiplique, me eleve ao que você quiser
Mas você não vai conseguir subtrair de mim o que eu tenho...
Porque tudo o que eu tenho é incalculável e está guardado
E você não poderá mudar o valor disso para mim...

Não existe alternativa certa ou errada
Não existem leis ou regras para se chegar à minha estrada...
Teoremas pra quê? Se o que importa é infinito...
Deduções não chegarão a nenhum valor preciso...

Então resolva suas incógnitas
E tente não viver em função só de você...
Tudo muda e não há uma solução para o desconhecido...
Atribua seus próprios valores ao seu x, y e z.

Me multiplique, me eleve ao maior expoente possível
Mas não retire do parênteses o que ficou...
Na minha vida, o que sobrou é o que me importa
E nada mais terá sentido... Ou valor...

domingo, 1 de abril de 2012

Carência

Quero que me perguntem sobre o meu dia...
Quero que me falem, que me liguem...
Quero que reclamem comigo,
Por sumir sem dar motivos...

Quero um presente de natal, de aniversário...
Quero um assunto novo, uma nova vida.
Quero que se importem comigo,
Por achar que sou especial...

Quero uma mão ao redor da minha cintura...
Um telefonema na madrugada...
Quero uma visita, um abraço conhecido
Quero amor... Enquanto insisto...

Enquanto insisto...
Enquanto existo...
Estou bem...
Por enquanto.

Ewerton Luiz